Imagine a seguinte cena: no meio da tarde, você tem uma pausa na sua rotina e pensa em tomar uma xícara de café.
A vontade, no entanto, perde lugar imediatamente para uma dúvida que surge na cabeça de muita gente com frequência.
Esse delicioso café que você tanto gosta fará mal para o seu estômago?
Assim como tantos outros alimentos, o café e seus derivados são carregados de mitos e histórias, principalmente no que diz respeito à nossa saúde.
Alguns deles não passam de mentiras e são passados de geração para geração.
Outros, no entanto, são verdadeiros, mas que podem ser amenizados com a ingestão sem exagero e se sempre forem utilizados produtos de qualidade e feitos da maneira correta.
Hoje, aqui no blog da Villa Café, vamos esclarecer uma das mais famosas lendas urbanas sobre a nossa bebida favorita: tomar muito café realmente agrava a gastrite?
Gastrite x café: como esta relação funciona
Antes de mais nada, é muito importante que você saiba que a gastrite é uma doença séria e que deve ser diagnosticada e tratada com acompanhamento médico. Isso porque já estamos habituados a associar à gastrite alguns sintomas comuns a outras patologias e, a partir daí, consultamos o Google para analisar características do que sentimos e aceitamos dicas de amigos e familiares para nos tratarmos.
A gastrite é uma inflamação da mucosa que reveste o estômago internamente. Essa inflamação provoca uma dor forte na chamada “boca do estômago” e, quase sempre, é acompanhada de azia e queimação. Mas nem sempre ter azia ou queimação isoladamente quer dizer que você tem gastrite! Por isso, fique atento!
Mas como o café pode provocar ou agravar os sintomas da gastrite? Não existem estudos científicos que comprovem que o café desencadeia a doença, mas os pesquisadores já verificaram que elementos de sua composição mudam a motilidade do trânsito gastrointestinal.
A bebida acaba se tornando um componente que irrita a região e aumenta a secreção de ácido no estômago. É este excesso de ácido, que não será metabolizado do jeito correto, que provocará todos os sintomas.
É preciso deixar claro, no entanto, que o café não é o vilão dessa história. A gastrite, além de ser associada à bactéria Helicobacter pylori, também é ligada a problemas emocionais e de estresse.
Pessoas com propensão a ter a doença poderão reagir mal à bebidas alcoólicas, refrigerantes, alimentos apimentados e, principalmente, ao cigarro. Somente o acompanhamento correto dos sintomas e o tratamento adequado poderão assinalar quais os alimentos que podem, ou não, desencadear os sintomas no seu organismo.
Tomar muito café: sem exagero, sem gastrite
Entre as substâncias presentes no café, existe uma que se chama xantina. Ela é um dos elementos que vai estimular a produção de ácidos no estômago e, assim, dar início aos sintomas da gastrite. O recomendado pelos médicos, então, é não exagerar. De duas a quatro xícaras pequenas de café ao dia são mais que suficientes para levar uma vida saudável e sem abrir mão das delícias da bebida. Durante os períodos de crise é recomendável diminuir bastante as doses até que você se sinta completamente recuperado!
A prevenção à doença passa também pelo equilíbrio da sua alimentação. Consumir em jejum qualquer alimento que possa te fazer mal é um caminho muito mais rápido para ter problemas de estômago.
Por isso, alimente-se corretamente, de três em três horas, e de forma equilibrada e correta! E se o café for um dos alimentos que possa vir a te provocar mal-estar, consuma-o depois de já ter se alimentado com alguma outra coisa e nunca de estômago vazio!
Intensidade, leite e açúcar: mais dicas
Além de evitar o exagero, outra dica importante para tentar amenizar os prejuízos do café ao seu sistema digestivo, caso ele seja um dos seus gatilhos para desencadear a gastrite, é testar, aos poucos, quais são os tipos e as formas de consumi-lo que te afetam mais.
Para muitas pessoas, o café de torra muito escura, o mais consumido nos lares brasileiros, pode ser um grande problema. Apesar de ser o tipo menos ácido, ele pode interagir de formas distintas no seu estômago e provocar reações!
Nestes casos, pode ser possível que experimentando um café de torras média ou média-escura, como os cafés especiais e gourmets, acabe sendo a saída para descobrir uma alternativa que não agrida tanto o seu estômago — além disso, você vai conhecer variações muito saborosas!
Um outro aliado momentâneo para aliviar sintomas que o café pode provocar no seu estômago é o leite misturado ao café. Como essa bebida é alcalina, ela pode aliviar por alguns momentos a acidez no sistema digestivo. No entanto, isso não é uma solução ou tratamento, já que o leite é gorduroso e exige mais do estômago para ser digerido.
O açúcar na hora de adoçar o seu café também pode representar um aumento de risco de sintomas da gastrite! Portanto, a nossa dica é experimentar cafés de boa qualidade e sem exagerar na adição de adoçantes ou açúcares.
Coado na hora: sabor e saúde
Ninguém gosta disso, mas, algumas vezes, somos praticamente obrigados ou tomamos sem ter conhecimento um café que já foi requentado várias vezes. Essa prática é comum principalmente nas lanchonetes, mas também é adotada em alguns lares.
Nestes casos, é muito comum reutilizar o resto de um café velho, que sobrou de outro momento do dia, aquecê-lo novamente e passar por cima de um pouco de pó novo. Além da bebida perder muitas de suas características essenciais, principalmente no que diz respeito ao aroma e sabor, ela pode fazer mal à saúde!
Isso porque, cerca de 20 a 30 minutos depois que o café é coado ou passado, ele começa a passar por um processo natural de oxidação. Basicamente, o café vai cozinhando pela ação do tempo, fica mais amargo e vira um foco maior de bactérias — que podem irritar ainda mais o seu estômago. A dica vale, também, para o café que fica por horas e horas na garrafa térmica!
Na dúvida, evite a economia mínima e prefira o café fresquinho. A sua saúde e o seu paladar agradecem! E sempre alerte aos seus amigos desinformados sobre os inúmeros benefícios que o café pode trazer!
Você tem gastrite e tem medo de “tomar muito café”? Como é a sua relação com o consumo da bebida e o controle dos sintomas que tanto incomodam? Comente e interaja com nossos outros leitores!
