Cor do café: entenda a relação da coloração e a qualidade da bebida

Blog Villa Café, Indústria

Como alguns “fatos” que são espalhados por aí, nem todas essas afirmações sobre a cor do café são verídicas.

Hoje, vamos entender as diferenças de colorações de café, como elas se dão e como tudo isso influencia, de verdade, no sabor e no aroma da sua bebida favorita.

Se você gosta de se manter informado e derrubar alguns mitos, continue ligado neste post e entenda as reais informações sobre esse tema que ainda é pouco discutido!

A cor do café e a colheita

Acredite se quiser: a preocupação com as cores do café começa muito antes da sua escolha por um produto de sua preferência na prateleira de um supermercado. Antes mesmo das torras, a tonalidade do grão de café é essencial para determinar o seu ponto de colheita e a sua qualidade.

Ou seja, ainda na colheita, é preciso tomar um cuidado especial com a tonalidade do grão. Isso porque é a cor que vai determinar o grau de maturação. Por isso, há um consenso entre os produtores de que a colheita deve começar apenas quando houver o menor índice de grãos verdes nas árvores.

Por ainda não terem todos os açúcares formados, os grãos que não estão maduros acabam fazendo com que a bebida se torne mais áspera, amarga e adstringente.

E, ao contrário de outros frutos, as sementes de café não continuam amadurecendo após a colheita. Para colhê-los na época correta, é preciso aguardar que os grãos cheguem a uma cor semelhante à de uma cereja ou de um amarelo bem dourado.

No entanto, após a colheita, as etapas seguintes são também fundamentais — e, aí sim, definirão as cores que serão essenciais para identificar e diferenciar cada café vendido no mercado.

As diferentes torras de café

Logo que o café é colhido e passa pelas etapas de secagem, ele é submetido a uma das etapas mais importantes do seu processo de fabricação: a torrefação.

É a queima dos grãos que vai despertar todas as características de aroma e sabor da semente, já que, quando ele está cru ou verde, não possui quase nenhum daqueles elementos que apreciamos na hora de saborear a bebida.

A torrefação, também chamada de torra, é realizada em fornos com altas temperaturas. O tempo de exposição dos grãos ao calor é que vai definir a sua coloração e, consequentemente, as características ele vai adquirir a partir dali.

Um café que passa muito tempo dentro do forno, por exemplo, certamente vai ficar mais torrado, com a cor mais escura e com sabores diferenciados. Já os grãos submetidos a pouca exposição às altas temperaturas terá uma cor mais clara e outros sabores e aromas atrelados.

Torra clara, média e médio-escura

Como dissemos, a torra do café não determina somente a cor final da bebida. Ela é a responsável por revelar alguns sabores e acentuar ou atenuar características como o corpo, equilíbrio e acidez da bebida.

Na torra clara, por exemplo, em que o café é submetido a cerca de 7 minutos de calor intenso, o amargor é bastante ameno e os óleos aromáticos presentes nos grãos são preservados.

A acidez e o aroma são bastante suaves, e a bebida acaba menos encorpada. Para alguns especialistas, essa é a torra ideal para algumas técnicas de coagem — como a aeropress — e para o café espresso.

Na torra média, quando os grãos de café ficam entre 9 e 11 minutos no forno, o café fica mais encorpado em relação à anterior. Isso provoca um equilíbrio da acidez, do amargor e dos aromas da bebida.

Com um pouco mais de tempo no forno, entre 11 e 13 minutos, acontece o que os baristas chamam de torra médio-escura — que, para muitos, é a ideal, pois é a que libera os sabores mais intensos do café.

Geralmente, nessas torras, estão alguns dos melhores cafés, com qualidade reconhecida e atestada pelos órgãos competentes. Nelas, é possível experimentar o café sem nenhum tipo de adição de açúcar ou adoçante, já que os sabores estão bem equilibrados.

Torra escura

O último nível de coloração (e, talvez, o mais polêmico) é a chamada torra escura. Nesse caso, o café fica por quase 15 minutos no forno de torra, e isso o deixa com a coloração bem escura (em alguns casos, quase parecida com a de um carvão).

Esse tipo de café tem baixa acidez e um sabor mais amargo. E é esse amargor que faz muita gente associar os cafés mais escuros como os mais fortes.

Em muitos casos, no entanto, essa torra mais escura é utilizada para disfarçar defeitos e problemas em grãos de menor qualidade.

É possível, no entanto, encontrar cafés com torra escura de boa qualidade e que foram torrados por mais tempo apenas para ganharem um sabor mais amargo. Basta ficar atento às marcas e aos rótulos escolhidos para garantir que você está comprando algo de boa procedência, e não uma mistura torrada para atenuar características negativas.

O paladar e o gosto individual

Por mais que algumas pessoas que dizem entender de cafés valorizem algumas determinadas torras e colorações em detrimento de outras, é importante dizer que o paladar e o gosto pessoal de cada indivíduo deve ser respeitado na hora de tomar o seu café.

Por isso, escolha sempre marcas de boa qualidade e que, independentemente da cor do café, vão te entregar um produto com garantia de qualidade.

Agora que você entendeu como a cor do café pode influenciar e definir algumas características importantes da bebida, é hora de aprender um pouco sobre outro fator que também pode mudar a forma como você toma o seu cafezinho.

Neste post, você vai conhecer as diferenças entre as xícaras de café e como a escolha correta para cada ocasião pode trazer ainda mais sabor e realçar os aromas da sua bebida.