Na hora de sentir o aroma, apreciar a textura e o sabor de um cafezinho cremoso, você alguma vez já parou para pensar em todo o processo que está por trás da preparação dessa bebida?
E não estamos falando só do método de infusão do café, seja ele coado, espresso ou em cápsula!
Hoje, convidamos você a fazer uma viagem retrospectiva da sua xícara até os cafezais para conhecer de perto como funciona a produção do café e ficar por dentro dos principais detalhes que garantem esse gostinho, cheiro e cremosidade excepcionais na sua bebida preferida. Você vem?
1. Criação das mudas
O início da produção do café se parece um pouco com aquela história do ovo e da galinha (quem veio primeiro?).
Isso porque as mudas, hoje em dia, são obtidas a partir de sementes dos cafeeiros — como chamamos os pés de café — de que já se conhece a qualidade.
Assim, o primeiro passo é obter as sementes de plantas que já produzem café em sabor e tamanho de grãos ideais para montar um viveiro de mudas, em que os pezinhos ficam protegidos em uma estufa até que se desenvolvam o suficiente para serem levados ao cafezal.
2. Plantio
O próximo passo é analisar e preparar o solo para receber as mudinhas selecionadas e desenvolvidas com tanto cuidado no viveiro.
Essa etapa é importante para garantir a sustentabilidade de toda a produção.
Os grãos Arábica, por exemplo, crescem melhor em solos férteis e montanhosos.
Além disso, a altitude da plantação contribui para desacelerar o crescimento das plantas, intensificando o aroma e sabor do café produzido, sabia?
Por esse motivo, no Brasil, a região do sul de Minas Gerais é a preferida dos cafeicultores de qualidade, que não plantam a menos de 1.000 metros de altitude.
O plantio acontece nessa área na primavera, geralmente no mês de novembro, quando o período de chuvas no cerrado permite que os cafeeiros desenvolvam bem suas raízes na terra úmida antes de enfrentar a próxima seca, a partir de abril.
3. Floração
Leva pelo menos dois anos e meio para que o pé de café se desenvolva o suficiente para gerar grãos, acredita?
E é só lá pelo seu sétimo ano de vida que a planta atinge seu período mais produtivo, quando começa a florescer ano sim, ano não.
Nessa idade, o cafeeiro fica cheio de flores brancas na primavera (entre setembro e dezembro).
Quando o calor do verão chega, as flores dão lugar a frutos verdes, que vão ficando vermelhos ou amarelos (dependendo da variedade) conforme amadurecem, lá para maio, junho, julho e agosto.
No ano seguinte à floração, a planta produz poucos frutos, já que precisa desse tempo para recuperar suas folhas e voltar com tudo na próxima estação, por isso a colheita só acontece a cada dois anos.
4. Colheita
É bem quando os frutos estão mais maduros no ano produtivo da planta que se inicia a colheita, a mão ou a máquina. Em seguida, eles são lavados com água potável para eliminar impurezas como galhos, folhas e terra.
Se houver algum fruto verde entre os colhidos, ele é eliminado nesse momento, já que não boia no contato com a água e, por isso, acaba indo embora junto com as pedrinhas e outras sujeiras.
5. Despolpamento e secagem
Depois de lavados, os frutos do cafeeiro passam por uma máquina que separa os grãos da casca e da polpa.
Aqui, os grãos podem terminar de secar de duas formas: em uma máquina com temperatura e umidade minuciosamente controladas ou estirados ao sol, em um processo que dura algumas semanas.
Independentemente do método utilizado, porém, o resultado é o mesmo: grãozinhos amarelados (é o café “cru”), secos e prontos para serem ensacados e direcionados para o próximo passo!
6. Seleção e prova
Primeiramente, os grãos ainda crus são pesados e passam por diversos processos (usando máquinas e/ou seleção manual) para eliminar os grãos defeituosos — por exemplo, aqueles com tamanho ou cor inadequado, que fermentaram demais ou estão danificados — e agrupar aqueles com a mesma forma, peso e tamanho.
Em segundo lugar, o café é então provado por um profissional para assegurar sua qualidade e testar seu sabor a fim de garantir o blend ideal.
Esse juiz faz vários experimentos com diferentes safras e torras em um pequeno laboratório a fim de encontrar a combinação mais saborosa para chegar à sua xícara.
7. Torrefação
A partir dos resultados obtidos na prova, os grãos crus de café são então levados para a torrefação em grande escala.
Em máquinas apropriadas, os grãos são misturados constantemente para que não se queimem e torrados até que aconteça a pirólise, processo no qual liberam um óleo aromático essencial no sabor e cheirinho do seu café.
Depois disso, os grãos são resfriados, descansados (quando liberam CO2) e armazenados imediatamente para que não percam qualidade e cheguem à sua casa fresquíssimos.
8. Moagem
O último destino na nossa viagem pela produção do café é a moagem, e ela está aqui no final porque depende justamente do tipo de bebida para o qual os grãos serão empregados. A finura do pó de café vai fazer toda a diferença no resultado final por influência do tempo de contato com a água (que depende, como sabemos, do método de infusão).
No caso do café destinado às máquinas de espresso — sejam elas tradicionais ou em cápsula —, a moagem deve ser mais fina, visto que o contato com a água será mínimo.
Por outro lado, o pó que compramos para preparar café coado deve ter uma moagem mais grossa, fazendo com que o sabor seja liberado aos poucos, à medida que a bebida desce pelo filtro.
Na dúvida, também dá para comprar o café em grãos mesmo e testar os diferentes níveis de moagem na sua casa, dependendo da forma com que você for preparar a sua bebida.
E aí, o que achou desse nosso passeio pela produção do café, da plantação das primeiras mudas até a chegada da bebida na sua xícara? Aproveite para assistir também ao nosso vídeo sobre o processo de produção do Villa Café e não deixe de entrar em contato com a gente pelo nosso site para esclarecer suas outras dúvidas sobre o assunto!